A AICIB e a APAH com o suporte técnico da Moai Consulting uniram esforços para a 1ª edição “Barómetro da Investigação em Saúde” com o objetivo de caracterizar, a nível nacional, o funcionamento e as estruturas de investigação das organizações de saúde do SNS.
É consensual que a “Investigação em Saúde” deve ser parte integrante da estratégia das organizações de saúde pois promovem, para além do acesso à inovação, boas práticas que contribuem para melhorar a qualidade assistencial, constituindo um fator de excelência e prestígio. Em paralelo, a consolidação da “Investigação em saúde” contribui para o crescimento do capital humano, através da partilha de conhecimento, assim como para o desenvolvimento e retenção de profissionais de excelência. É assim fundamental um investimento e aposta nesta área, que gere valor para as organizações, profissionais e utentes.
Existem, contudo, diferenças entre as organizações de saúde na promoção da “Investigação em saúde”, nomeadamente na investigação clínica, ao nível da captação de financiamento e na profissionalização de equipas que se traduzem em perdas de eficiência.
Os resultados da 1ª Edição deste Barómetro, foram apresentados recentemente na 9ª Conferência de Valor da APAH, durante a sessão “INVESTIGAÇÃO & DESENVOLVIMENTO NAS UNIDADES DE SAÚDE EM PORTUGAL” que teve como moderadora a Dra. Margarida Ferreira, Coordenadora do Grupo de Trabalho para a Investigação em Saúde da APAH e contou com a participação de: – Júlio Oliveira, IPO Porto – Joana Sousa, MOAI Consulting – António Taveira Gomes, ULS Matosinhos – Maria João Queiroz, AICIB – Nuno Marques, ABC- Algarve Biomedical Center – Tiago Alfaro, CAC CHUC.
Assista à gravação desta sessão no canal YouTube da APAH: https://www.youtube.com/watch?v=BXJGb1O5eTo
Os dados da 1ª edição do Barómetro refletem a realidade e perspetivas de 28 estruturas de investigação integradas em unidades hospitalares do SNS (52% da totalidade da rede hospitalar pública).
Segundo os dados do Barómetro os maiores desafios para uma maior dinamização da I&D em Portugal, estão assentes em três dimensões críticas:
1. A gestão de RH (em particular necessidades de recrutamento, falta de autonomia, de mecanismos de incentivo e de tempo alocado para a investigação);
2. A necessidade de financiamento, de priorização política, de estruturas de apoio capacitadas e profissionalizadas, assim como de redes e parcerias, sendo relevante fortalecer sinergias entre academia e unidades de saúde;
3. A necessidade de agilizar os procedimentos burocráticos exigidos, associada à necessidade de “digitalizar” o setor.
Os tempos de aprovação interna e externa de ensaios clínicos são identificadas como constrangimentos em 65% das estruturas.