Doentes/Cuidadores
Assim, é intuito da AICIB desenvolver atividades de apoio ao envolvimento de doentes e de associações de doentes na problemática da Inovação. Neste contexto importa utilizar os vários canais de comunicação e meios de divulgação de conhecimento que permitam informar e apoiar os doentes e as suas famílias.
Numa iniciativa europeia para capacitação dos doentes, foi lançada a European Patients Academy (EUPATI).
Perguntas frequentes dos doentes sobre ensaios clínicos
O que é um Ensaio Clínico?
Nas últimas décadas, tem-se verificado um aumento exponencial da qualidade da saúde. Por exemplo, a esperança média de vida aumentou 10 anos na União Europeia. A título de exemplo, há menos 20% de mortalidade relacionado com o cancro e 80% relacionado com o HIV. Estes dados demonstram que a evolução na saúde depende, em larga escala, da realização de ensaios clínicos.
Os ensaios clínicos estudam geralmente os efeitos de um tratamento ou medicamento inovador. Pode envolver pacientes, pessoas saudáveis, ou ambos. Assim, a realização de ensaios clínicos é crucial para confirmar, com evidencia científica, que novos tratamentos serão postos de forma segura e eficaz no mercado, à disposição do doente.
Porque devo participar num ensaio clínico?
Como posso participar num ensaio clínico?
- RNEC
- EudraCT
- Clinicaltrial.gov
- PtCRIN
É necessário entender que para cada estudo identificado, existe um Protocolo onde estão definidas condições de segurança essenciais aos participantes, assim como a melhor maneira de responder a questões científicas específicas. Nesse protocolo, existe um conjunto de requisitos de participação previamente definidos que têm de ser cumpridos pelo doente. Os requisitos dividem-se em Critérios de Inclusão (permitem a participação do doente) e Critérios de Exclusão (impossibilitam a participação do doente). Geralmente, os critérios estão relacionados com fatores como o sexo, idade, grau da doença, outras patologias ou tratamentos.
O que acontece se me envolver num ensaio clínico?
Uma vez aceite como participante, dependo do ensaio clinico em questão e do seu desenho, poderá ser-lhe atribuida a terapia em questão ou o controlo (após um processo de randomização). Este controlo poderá ser um placebo (um tratamento falso sem qualquer efeito) ou um tratamento padrão de eficácia já reconhecida e de uso corrente na prática clinica. No processo de randomização, poder-lhe-á será atribuído qualquer um dos dois grupos (tratamento ou controlo).
O tratamento terá uma duração previamente definida, durante o qual o paciente será periodicamente monitorizado.
É seguro participar num ensaio clinico?
Sabe-se, contudo, que reações adversas não previstas podem ocorrer durante o estudo. É importante salientar que não é uma atividade isenta de risco. Para tal, é exigido aos promotores e investigadores um seguro de responsabilidade civil, que responderá pelos danos causados ao participante.
Serei pago ou perderei dinheiro por participar num ensaio clínico?
Em Portugal, a participação em ensaios clínicos não deve ser vista como uma forma complementar de obtenção de rendimento, mas sim como uma colaboração voluntária para a evolução da ciência.
Como são regulados e legislados os ensaios clínicos em Portugal
Em Portugal, antes do início de novo ensaio clínico com medicamentos, a proposta tem de ser revista e autorizada pela Comissão de Ética (CEIC), INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I. P., e ainda pela Comissão Nacional de Protecção de dados (CNPD). Desta avaliação, conclui-se se os possiveis riscos superam os beneficios, para que se possa prosseguir com o estudo.
Como podem ser aproveitados os resultados de um ensaio clínico?
- Prevenir doenças testando uma vacina
- Detetar ou diagnosticar doenças testando um novo tipo de exame
- Tratar doenças testando medicamentos novos
- Testar novas utilizações (indicações) de medicamentos já comercializados
- Descobrir como os doentes podem controlar os seus sintomas ou melhorar sua qualidade de vida – por exemplo, testando como uma determinada dieta afeta uma doença
Caso o ensaio clínico apresente resultados positivos, cabe ao INFARMED decidir se a nova terapia pode seguir para o mercado.
Crianças e adolescentes podem participar num ensaio clínico? E adultos sem capacidade de discernimento?
No caso de crianças (até aos 13 anos de idade) e adolescentes (dos 14 aos 17 anos de idade) existe também a possibilidade de estes participarem em ensaios clínicos. Para a além de ser fundamental e impreterível que seja dado o consentimento dos seus pais (ambos os progenitores) ou tutores legais para a sua participação, é necessário também, o consentimento por parte dos participantes menores.
No caso de adultos sem capacidade de discernimento, também podem participar em ensaios clínicos. No entanto, são considerados como sujeitos incapazes, sendo que toda a informação deve ser esclarecida de forma adequada, tendo em conta o seu nível de compreensão. O seu representante legal tem também de dar o seu consentimento informado.
Posso abandonar um ensaio clínico?
“Ensaios Clínicos – O que devo saber?”
Folhetos Informativos
Na sequência da formação “Ensaios Clínicos – O que devo saber?”, organizada pela AICIB (Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica) e APDI (Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino), no dia 28 de janeiro de 2023, foram elaborados folhetos informativos sobre cada um dos temas abordados, com o intuito de esclarecer os cidadãos e pacientes acerca dos ensaios clínicos.
- O que é um ensaio clínico e quais são as fases de desenvolvimento de um novo medicamento?Elaborado com base na apresentação do INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde I.P..
- Direitos e deveres dos participantes em ensaios clínicos Elaborado com base na apresentação da Prof. Doutora Maria Alexandra Ribeiro da CEIC (Comissão de Ética para a Investigação Clínica).
- Estrutura do consentimento informadoElaborado com base na apresentação da Dra. Ana Sofia Correia, tradutora e medical Writer.
- O que devo ponderar antes de entrar num ensaio clínico? Elaborado com base na apresentação da Dra. Ana Sampaio, Presidente da APDI (Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino).
- Onde posso procurar informação sobre ensaios clínicos?Elaborado com base na apresentação da Dra. Mariana Moreira, da AICIB (Agência para Investigação Clínica e Inovação Biomédica).
- A experiência em ensaios clínicosElaborado com base na apresentação do Enfermeiro Filipe Pimenta do Centro Hospitalar Tondela Viseu E.P.E.
Envolvimento das Pessoas com Doença e Associações de Doentes em Projetos de Investigação Clínica
O envolvimento de pessoas com doença, dos cuidadores e de representantes de associações de doentes na Investigação Clínica, como verdadeiros parceiros, é reconhecido como essencial para garantir a representação das perspetivas das pessoas com doença e contribuir para a relevância e significado dos resultados da investigação.
Foram assim desenvolvidas duas iniciativas para promover este envolvimento
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“Envolvimento de Pessoas com Doença, Cuidadores e Associações de Doentes em Projetos de Investigação Clínica”Neste folheto podem encontrar esclarecimentos relativamente a projetos de Investigação Clínica, o que implica o envolvimento de pessoas com doença, dos cuidadores e de associações de doentes em projetos de Investigação Clínica, porque é importante esta colaboração, como e em que fases pode acontecer este envolvimento e quais as fontes de informação.
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Lista de Associações de Doentes (AD) com interesse em envolver‑se em Projetos de Investigação Clínica A AICIB, em parceria com a EUPATI Portugal, compilou uma lista de AD interessadas em colaborar nas diferentes fases dos projetos de IC, acompanhada dos seus e-mails gerais. Os investigadores e promotores interessados em envolver pessoas com doença ou AD nos seus estudos devem entrar em contato com a respetiva AD para articular o tipo de envolvimento pretendido.
Caso a vossa Associação de Doentes tenha interesse em integrar esta lista, entrem em contacto connosco através do seguinte email: aicib@aicib.pt
Guia de Recursos para a Pessoa com Doença Oncológica e seus Cuidadores
O e-book “Guia de Recursos para a Pessoa com Doença Oncológica e seus Cuidadores“, desenvolvido pelo Grupo Informação em Saúde do national Cancer Hub é um guia digital, com linguagem acessível, que pretende ser uma fonte abrangente de informações para aqueles que enfrentam a doença oncológica, os seus cuidadores e todos aqueles que têm interesse em conhecer os caminhos de acesso, compreensão e uso dos recursos da doença.
Guia de Recursos para a Pessoa com Doença Oncológica e seus Cuidadores
Grupo Informação em Saúde
National Cancer Hub Portugal
O que poderá encontrar neste Guia de Recursos?
Informações Editoriais
Editor Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica
Design editorial Onya Health
Data da edição Julho 2023
ISBN 978-989-33-4856-7
Email de contacto geral@aicib.pt
Lista de autores
Ana Luísa Silva
Cláudia Ricardo
Cristina Vaz de Almeida
Filipe Santos Silva
Maria João Jacinto
Maria Luís Moral Westerman Cardoso
Pedro Renato Sousa da Silva Vaz
Vanda Varela Pedrosa